Eu me sufoco

 

Às vezes do nada, sem nenhuma explicação plausível, começo a me questionar e sofrer muito com isto que eu nem chamo mais de diálogos mentais, estão mais para o lado de conflitos covardes.

 É justamente isso, covardia que realizo copiosamente contra mim, me agredindo insistentemente apenas para justificar atitudes que reconheço como inválidas e desnecessárias.

Da mesma forma me questiono com o fato de estar nesse mundo com uma bagagem que fui fazendo e hoje carrego me desgastando com o peso. Por outro lado tenho sempre me acalentado com o fato de estar “entre aspas”, feliz. Sinto-me feliz por viver como me agrada, mesmo que muitos possam duvidar, minha solitude me deixa muito a vontade e confortável, pelo menos um lado meu concorda com isso. Por outro lado, a pessoa responsável pelos conflitos covardes, que sempre indaga minha vida, julga atitudes e decisões, me afronta sobre tudo.

E nesse momento a questão é o fato de eu não ter muitos ou quase nenhum amigo, esse lado, ou seja, eu mesma sente falta de interação, relacionamento sincero e companheirismo como vimos em filmes, séries e postagens em redes sociais, entretanto me protejo com uma opinião defensiva e formada de que isso é utopia, não crendo que um ser humano se importa tanto com o outro como expressam em filmes e demais meios de comunicação como mencionei anteriormente. Evidente que precisamos de interações sociais, como também é normal apreciar a solitude, não deveria fazer disso uma guerra emocional sem sentido.

Para deixar esclarecido, eu que gosto de solidão, prefiro estar só, mas não totalmente só o tempo inteiro. Às vezes para satisfazer as cobranças do meu próprio ser, tento me conectar, fazendo caminhada, indo à casa de minha mãe, minha irmã e visitando algumas pessoas que gosto, sendo descontraída, alegre e educada, porem ao analisar tudo a parte julgadora começa a me deixar desconfortável julgando minhas atitudes minha interação com as pessoas, minha aparência, então acabo me arrependendo de tomar a iniciativa sobre algo que eu mesma me cobrei, ou seja, o lado questionador sempre estará do lado oposto a minha reflexão, decisão ou atitude. Qualquer pessoa deve ter esse tipo de conflito e resolvam tranquilamente, mas provavelmente existam outros como eu, que sofrem com estas questões e aqueles que apenas ignoram sem preocupações ou danos como eu e as pessoas que se identificam comigo.

Mas afinal, eu gostaria de ter mais amizades? As que pensei que serem verdadeiras e  para a vida inteira simplesmente sumiram, se afastaram, me decepcionaram ou talvez eu as tenha decepcionado, mas se não tivemos uma conversa para saber o que houve e o porque nos magoamos e nunca mais nos recuperamos, isso já indica que na verdade nunca foram amizades concretas, mas simplesmente passageiras, de qualquer forma, tivemos por algum tempo, cumplicidade e um sentimento significativo e quem sabe mútuo. O fato é que não tenho mais vontade e ou paciência para conhecer pessoas tão profundamente para que nos tornemos amigos com real consideração, francamente, não acredito mais nisso, o máximo que posso ainda fazer é lutar para manter acesa algum vestígio de amizade que ainda possa existir em minha vida, sem cobranças e mais distante do que presente.

Acho que não sou antissocial, porem, excesso de interação  me sufoca.

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