Prefácio



Entre uma coisa e outra, mergulhada em tudo e ao mesmo tempo em nada, as vezes conformada, acomodada, as vezes desligada e desajustada, não tinha a mínima vontade nem razão para escrever, deixei sem manutenção e cuidados esse lugar que me trouxe tanto sossego em tempos de desalento, desabafo nos momentos de angustia e companhia em momentos de alegria ou de dor, por fim nem me lembrava mais de me expressar escrevendo, até que em uma manhã sou surpreendida com uma mensagem de alguém que havia lido meus textos e usado trechos deles para construir o seu, com a intensão de encontrar quem os escreveu e deu certo, pois, ali estava eu, impressionada com tal atitude e tamanha gentileza.
Poderia ter impedido mais contato, finalizado a conversa por ali mesmo. Apesar de muito bonita a atitude, gesto admirável, tocante no que diz respeito ao ego da escritora, mas mesmo assim com tantas razões para me envaidecer não seria a mesma coisa se quem escreveu a mensagem não fosse quem é.
Certamente que pensei que fosse uma pessoa querendo conquistar, exibir-se ou simplesmente alguém sem nada para fazer, levando em conta a hora do envio da mensagem. Uma rápida pesquisa e constatei que não se tratava de um meliante, então, porque não responder, demostrar meu entusiasmo e gratidão pelo que havia feito. Fazendo muito caso do acontecido, enviei alguns caracteres indicando um longo sorriso e uma só palavra  de reconhecimento e prazer... Ameiii!
Alguns minutos depois ele empolgado por ter obtido êxito em sua tentativa de conhecer a mulher que escrevia aquilo, surge novamente com palavras do tipo, ''Te procurei e encontrei'', mas confesso que no íntimo eu tive um pouco de medo, não dele, mas do que estava acontecendo, e como sou uma mulher e quase toda mulher é desconfiada, não acreditei a princípio em tudo o que acontecia, mas dava linha para não ser precipitada, pensava que não havia nada a perder, já que estávamos tão longe. Mas tudo acontecia tão rápido e naturalmente, que no primeiro dia já nos falamos até tarde da noite e até nos vimos em vídeo e conversamos sobre coisas sérias, outras nem tanto, inclusive problemas de família compartilhei com ele já naqueles dias. 
O tempo parecia voar quando estávamos conversando, então começaram as figurinhas no decorrer do dia pelo telefone, discretamente um beijo e um coração e aos poucos foram multiplicando, as atitudes mudando, meu coração cada dia a mais se abrindo para ele e se esvaziando do medo, de bagagens do passado e outras coisas mais. Conversávamos todos os dias e ele se tornou parte dos meus, então ele disse que viria me ver se eu o convidasse, então o fiz, mas não imaginava que seria tão rápido, mas era o tempo certo, a hora certa, não foi cedo e não foi tarde e chegou o dia de sua vinda. O dia todo eu pensava em como seria, a cada vez que falávamos ele estava mais perto mais sentia a responsabilidade aumentar, pois exceto minha irmã, ninguém mais sabia de sua vinda. Eu  imaginava de todas as maneiras a sua chegada, de como seria esta situação, menos do jeito que realmente aconteceu.
Ele chegou já tinha começado o culto na minha igreja e lá eu estava um pouco ansiosa mas ainda tranquila esperando que a qualquer hora ele chegasse. Eu sentada no mesmo lugar de sempre, recusava-me olhar para trás, não tinha medo, mas não conseguia virar-me e quando menos esperava ele chega se abaixa pertinho de mim e pergunta se tem alguém do meu lado, naquela hora eu nem sei se respondi, mas ele sentou-se nesse lugar, não sei como dizer o que aconteceu ao certo, pois alguém que nunca vi, apesar de termos tido várias conversas e já um pouco de liberdade, sentou-se ao meu lado e naquele momento foi como se eu me esquecesse aquele do virtual e me apaixonasse por esse que acabara de se sentar perto de mim. Ficamos ali sentados, eu tremia e ele também, mãos geladas apesar do calor abrasante que fazia aquela noite.Olhando para frente em reverencia a palavra de Deus, os pensamentos dele eu não sei, mas os meus  por alguns instantes foram pra muito longe dali e não me lembro o momento que pegamos um na mão do outro, só percebi que estávamos de mãos dadas por que senti que eu apertava a mão dele e ele a minha, como se fossemos um do outro e distantes por algum tempo, nos reencontramos cheio de saudades.
O que posso dizer ainda é que tive um sentimento indescritível, uma sensação profunda de realização enquanto estávamos lá estagnados e envolvidos na essência daquele momento,  pois eu sabia que ele viria, mas mesmo assim a sua chegada me trouxe uma sensação maravilhosa que não consigo encontrar palavras para descrever. 



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