Tagarela

 

Acontece frequentemente e não é novidade pra ninguém que os mais discretos, que falam pouco, por natureza, talvez por timidez, por sensatez ou sabedoria não sejam bem interpretados pelos que falam muito, isto porque é inadmissível ao tagarela o fato de que o outro consiga processar algo sozinho, sofrer sozinho sem envolver outros, sem popularizar seu sofrimento, ou como dizem hoje em dia, uma competição infinita de desgraças. Eu intimamente gostaria de ser da parte que falam pouco e não espalham seus problemas aos quatro ventos, não sou por natureza, mas poderia praticar ainda que não alcance com excelência essa dádiva, mas que diminua pelo menos esse vicio próprio de minha natureza. Ser capaz de vigiar minhas ações, moderando minha língua e consequentemente ser mais sensata, não falar mais que o necessário, não contar meus sonhos, meus projetos, não exibir minhas obras, não demonstrar meus anseio e dores, esconder meus segredos, mas como disse no início desta resenha, ainda falta muito para conseguir refrear minha língua, já que não planejo, pelo contrário, penso o tempo todo em ficar em silêncio, mas após falar o que pensei em não falar, vejo que já falei e da vontade de me beliscar por dentro, surpreendentemente foi o que me veio a mente agora para me expressar sobre o meio que tento me punir após dizer o que prometi a mim mesma que não falaria.

Pergunto-me sempre, sim, sempre me pergunto, já que reflito nisso o tempo todo, será que ainda atingirei esse objetivo um dia e pior, será que se alcança-lo e tornar-me mais sábia e ponderada as pessoas não pensarão que estou doente?

Sobre esse assunto, quero manifestar meu interesse diário em alcançar um nível mais alto de maturidade e a partir daí, tudo será diferente. Não me torturarei intimamente como faço todos os dias desde o momento que saio de casa ou simplesmente tenho contato com outro ser humano.

Um personagem de uma série que assisti recentemente me inspirou a fazer mais esforço para que eu possa buscar sempre mais e mais, pois percebi que ficar em silêncio pode até doer no momento que retenho minha língua, mas com certeza me livrará de uma dor constante de arrependimento e martírio como acontece atualmente.

Não sou normal por almejar isto?

 

 

 

 

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